domingo, 19 de agosto de 2012



Sintaxe de um Período Inexistente

Uma carta ao bolso no tempo esquecido 
Tomada ao início por um simples vocativo.
No texto um sentimento de desgosto
Enriquecido de palavras cansadas, entrelaçadas e envolvidas na beleza dos verbos em tentativas avassaladoras de reversão.
A riqueza de aposto a explicar o que não se quis entender
E os adjuntos a qualificar atitudes daquele que eliminou a FELICIDADE do seu dicionário.
Fez-se uma carta ao adeus assinada por uma lágrima a um substantivo que, agora, passa a ser simples.

sábado, 2 de junho de 2012



Ontem

Palavras indesejadas a brotar do seu pensamento afim caracterizar tal desgosto.
Um futuro que nunca fora sonhado a dois.
Não querer magoar é um direito seu.
Ficar magoado é a consequência do seu ato.
A distância não suplica um futuro.
Apenas apaga o começo, reescreve uma outra história
E deixa para trás um pronome pessoal, um pronome oblíquo e um substantivo
Que um dia achou-se de ter para vida inteira.

[Dedicado a Bianca da Hora]

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012



Benevolência

Um olhar...
Nostalgias intensas.
Palavras desaparecidas na leveza do vento tentam encontrar seus ouvidos.
Sem enxergar desacreditado no depois.
A intensidade inexiste desculpa.
De mim o ontem foi transformado no agora.
De repente se foi o depois.
O arrependimento assola ao seu olhar.
O silêncio é uma confissão.
Poucos segundos transpassam o infinito.
O que era concreto tornou-se ABSTRATO.
Andar só pelas calçadas agora é viver sem saber.
É o tempo que isola a gente quando tudo some.
São as lembranças a maltratar meu coração.

[Dedicado  a   Marcella Feitosa]

domingo, 22 de janeiro de 2012



O Abstrato

A fantasia de intenções.

A volúpia do desejo.

O inconceituáveu a todos que circulam o ato.

Dois olhares que se cruzam tornam expresso o divino.

A calmaria de uma canção desperta dois corpos à paixão.

Fumaças de cigarro dançam soltas ao ar e se dispersam ao longe.

O momento é estático pro mundo e a concretude que se realiza através de um beijo.

Dedicado à Marcella Feitosa

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012




Para Sempre

E vem a poesia...
Vem fazer valer apena o doce inverno
Esquentando o sangue, inflamando o desejo.
O que era frio já não mais existe.
Os olhares se esbarram e as bocas se aproximam.
Convergem dois mundos a partir de um beijo.
O prazer inflama o acontecimento.
O fervor de dois corpos entrelaçados torna tudo único.
As coisas efêmeras são eternizadas na memória.
O inverno se vai e as lembranças ficam.
O amor transforma tudo em poesia, para sempre.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011


Monotonia

Retenho a pronúncia de minhas palavras.
Sua gentileza é volúpia e carinhosa.
Seu adeus é sereno.
Prefiro conter minhas desilusões a quaisquer escritos em mesa de bar.
Talvez um modo dos outros apreciarem meu sofrimento.
Mais uma dor para quem quer que ache bonita.
Um amor e outra tragédia completam mais um pedaço da minha vida
Em um longo e triste percurso.
 O tempo passa e, quando muito se espera, não muda nada.
A monotonia que invade nossas vidas.
Sempre. Surto!
O vão de horrores por não ter seu amor.
Mas, é a tragédia que nos faz levantar mais uma vez e tocar a vida,
Mesmo que demore mais alguns anos.
Três pontos é o que me resta: (...)

Inverso


Sentou-se no ponto de ônibus e esbanjou um ar de quem estava sofrendo por dentro. O que acontecera há pouco, levou-lhe a uma catarse imediata do instante em que havia executado tal malevolência contra ela. Será uma vingança por tal situação. Pensou, pensou bastante. Tentou achar que não. A sensação era horrível. Não suportou o silêncio de uma simples satisfação. Tentou ligar para saber o que deu de errado. Até então julgava que alguma coisa acontecera que a impediu de comparecer. O telefone chamou. Sua voz doce e suave atendeu com um simples sorriso. Desejou boa noite e, de imediato, questionou sua ausência. Ouviu uma única palavra em toda ligação, talvez por fechar os ouvidos em sua longa viagem no pensamento hipotético desfeito. Não! Sua ligação desfeita, indesejada. Aparentou-lhe uma rudez nunca vista. Sua frustração do esforço realizado para apreciar tão beleza tornou-se total. Veio de muito longe, insuficiente. Lembrou que ela chegara a definir a própria personalidade. Tudo havia mudado. Não eram mais as mesmas crianças doutra história. História sem continuidade, firma-se agora. Os tempos trouxeram experiências e a fez protagonista da vida. Os homens? Esses já não passavam de laranjas. Laranjas como ela havia metaforizado. Sucos deliciados em apenas um gole. Tomou conta de que deveria aproveitar a vida. Nessa vida, os sucos de laranjas seriam tomados quando nela bata-se a vontade. Não seria uma maneira egoísta de lidar com sentimentos dos outros? Não para ela. Já havia sofrido bastante. Inclusive em suas mãos. Havia mostrado total arrependimento. Achou que ela não acredita-se mais nos sentimentos dele. Deixou claro, da ultima vez que a viu, que o seu coração clamava pelo nome dela. Falou que estava sempre a sua espera aguardando um chamado. Momentos únicos aconteceram de maneira inexplicável na rotina dos dois. Ele tinha certeza e culpa pelo seu sentimento. Acredita está vivendo do outro lado do espelho. Tudo invertido em apenas 4 dias. Tomou o ônibus para casa, sem saber o que fazer. O amor não li servia mais. Pensou em desistir de ser feliz.


[Dedicado a Elayne Cavalcanti]