terça-feira, 23 de março de 2010




O TEXTO
(Ou Resposta a Baltazar II)

Hoje, algo me impulsionou a escrever.
Uma sensação desagradável que volta a repetir-se.
Invade as entrelinhas do meu peito
E faz com que as pequenas frases, feitas de amor, tornem-se dislexiadas.
Passo a acreditar que estou repugnada para o amor.
Ou para este.
Minha cabeça está confusa.
Há uma explosão de discordância em meus sentimentos.
Será que eu sou a culpada por querer invadir sua vida?
Ou a culpa está em você, por não abrir espaço para o amor?
O meu amor.
Estou louca!
Não gostaria de parar aqui.
Por que insisto em continuar se é você quem não quer?
Pode ser amor?
Na verdade, é.
Mais tenho muito receio de ti falar...
E você com toda sua malevolência não sentir o mesmo por mim.
Incoerente.
Assim, defino a insensatez dos meus sentimentos.
Insensatez causada por você.
Termino aqui para não redigir algo que possa me arrepender ou fugir ao tema.




Infeliz

Sou uma pessoa inata ao desamor.
Carrego comigo a solidão e o sofrimento.
Sou neutra quando falam em felicidade.
Amor...
Desaprendi.
Decepcionei-me tantas vezes que nem sei
Se consigo tentar novamente.
Gostaria de partilhar desse meu sentimento alheio.
Acabar com esse monólogo de angústia.
Mas...
Sempre que tento algo da errado.
Estou triste e abatida.
A falta de um amor recíproco leva-me ao súbito.


sábado, 13 de março de 2010



Escanteado

A felicidade debandeia do meu corpo
E me deixa um largo espaço para outro sentimento.
Sentimento este que penetra e inflama a caixa torácica do meu peito.
Chega dando uma sensação de penúria em m’alma.
Por onde andará a felicidade?
Volte! Não me deixe assim!
Estou escanteada.
Sinto-me como um brinquedo jogado sob a cama
Por uma criança que acaba de ganhar outro.
Mais novo, mais moderno.
Talvez, até mais bonito!
Por onde andará a felicidade?
Volte! Não me deixe assim!
Oh, sentimento maldito
Me fazes pensar coisas tenebrosas.
Estou isolada socialmente.
Sepultada em meus pensamentos egoístas.
Sou uma ilha.
Algo que em tão pouco passará a inexistência.
Anulada, desfeita, desmanchada.
Por onde andará a felicidade?
Volte! Não me deixe assim!
As coisas nunca são como se planeja,
Pelo menos para mim.
Sem felicidade me aprofundo neste sentimento...
Que agora toma todo o meu corpo.
Sentimento este chamado de SOLIDÃO.




Construção
(ou resposta a Baltazar 1).

Não deves tomar como exemplo tuas relações passadas. Deves apostar tudo sem medo de erra. O medo faz com que as pessoas percam grandes oportunidades. No seu caso, um grande amor. Não me digas palavras precipitadas, pois, palavras magoam. Já ouvis-te falar de amor eterno? É algo que se constrói de base. Não derrubes a alvenaria do meu coração. As tuas palavras aproximam-se de mim como se fosse uma marreta atingindo meu peito. Amor eterno existe. Se não posso mudar-te, deleitar-me-ei no cálice da angústia.


sexta-feira, 12 de março de 2010


Baltazar

Faz-me adormecer em teus braços. Quero sentir o doce mel do teu afago. Nos teus braços posso sonhar? Sei que não te tenho porque não mereço. Defino-me como apenas um, dentre outros, que não sabem amar uma só mulher. Canalha, cafajeste solitário. Idêntico aos que no fim dos livros não tem finais felizes. Um dia acabará por me tornar um biofóbico, por conta dos curtos momentos em que sou feliz. Como este. Pena que não passa de uma noite. Faz-me adormecer em teus braços. Quero sonhar está noite, pois, amanhã é outro dia. Não quero culpar-me por brincar com sentimentos dos outros. Odeio até pensar nisso! Prefiro pensar no que mais me interessa... As circunstâncias (momentos) que me fazem amar por um instante. (Correção: ter prazer por um instante). Não me culpe por isso. Dei-me um pouco do teu afago e faz-me dormir. Pois, amanhã tudo não passará de uma circunstancia (momento) para nós dois, ou, ao menos, para mim. Não acredito em amor.

A Espera.

O que ontem era utópico
Hoje, para mim, é subsistência.
Um desejo que torna-se realidade
E que deixa de ser aquela quimera de minha vida módica.
Espero que este nunca acabe.
Espero, pois, já esperei e irei esperar.
Espero por um futuro onde eu, eu mesmo, possa ser feliz.
Não me ache um mercenário querida amada,
Pois, a felicidade, a partir de agora, tem seu nome.

Maré baixa.

Tomo como palavras vazias no meu peito
A dor de não ter-te em meus braços.
Por não saber o motivo que te impedi de tentar,
Passo a achar que o errado sou eu.
Que não sirvo para amar-te.
De toda a esperança que criei,
Vi sumir como se fosse um castelo de areia
Engolido pela maré alta da praia
No final de tarde de uma quarta feira nublada.
São tristes as conseqüências que me levam a acreditar
Que não depende de mim.


(À volta) ou ( A rezadeira).


Quando estiveres a só,

Aproximarei-me de ti,

Como um suspiro no silêncio.

Beijarei a tua boca

E deitarei no teu colo de oratório.

E ti lembrarei o exato momento em que ti conheci.

Depois ti lembrarei que tenho que partir.

E tu, tu voltarás a orar

A perguntar a Deus quando teu amor irá voltar.